o homem da cabeça raspada ou sobrecoxas frias

 

Nunca imaginei que a vida seguisse os rumos que seguiu. Quando crianças somos educados sob a ilusão de que temos muito mais poder de escolha sobre a vida. Talvez por isso a frustração com os sonhos desfeitos. No ensino médio tanto eu quanto Ana planejamos coisas distintas de quem nos tornamos. A verdade é que a construção do “eu” é quase acidental, e quando não é acidente é um tipo de empirismo meio sem querer, tentativa e erro. Assim as pessoas vão se perdendo, Bruno, Milene, José, Paulo, Alexandre, Otávio, Lúcia, Érica, Thaís, Marcela, Buba, Nemo;  o tempo faz com que todos nos tornemos menores que memórias, elementos insignificantes caso não exista nenhum ponto que permita ao cérebro uma associação. Ah, quem dera a memória fosse um registro de experiências em gavetas cerebrais que pudéssemos acessar a bel prazer. Tudo é relacional. Então se a gente continua aqui, trocando textos e falando sobre, é tudo pelo que somos agora, hoje. O que vivemos ontem nem importa mais, não de uma maneira idealizada e romântica, afinal, o lugar dos quadros é na parede. O amor é essa coisa que a gente faz agora.

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