uma carência
![]() |
Queria o beijo mais gostoso de uma moça mais tranquila em qualquer cidade que seja. Queria a respiração ofegante, o medo do incerto, o desespero do corpo e a fome da carne. Queria o tempo compatilhado, a comida dividida, a carne roçando, as promessas vazias, o instante. O único instante que meu corpo permite. A única fantasia que a vida me delega. E assim depois do sexo cada um vai embora para o seu canto, mas continua se falando, ainda que os dois cantos estejam num lugar só. Ainda que eu já nem queira ou saiba se quero, não sei. Às vezes o clichê pede, mas o domínio do corpo nunca tive. Se tive, não lembro. Como quase tudo que esperei da vida. Um pouco.

Comentários
Postar um comentário