o afeto de uma natureza simples
Uma vez me disseram que um animal não era um amigo, mas uma posse. A educação pública precária também ensinava que animais não tinham autonomia e consciência. A religião nos ensina que deus fez os animais como posses materiais para a sobrevivência humana. Nós os reduzimos, limitamos, usamos e não somos gratos por nada. E a maioria de nós ignora que o carinho que nos é dado por eles é de graça. Que eles esquecem os tapas, abanam o rabo mesmo quando percebem o tom de raiva. E não, não são eles que não sabem pensar, somos nós, a raça humana, o único animal dotado de polegar opositor e telencéfalo superdesenvolvido utilizados quase em exclusividade para causar dor e destruição. Somos nós que não sabemos pensar, ainda que sejamos os que mais podem. É nossa crença que é uma consciência de destruição. Eles apenas vivem, sentem, sem precisar de coisas surpreendentes como satélites, fibra ótica, robótica e religião. Para eles tudo é de graça pois apenas é, não existe relação comercial baseada em nada. Um carinho, um cantinho, algo para comer e um abraço, isso lhes basta. Então será mesmo que somos nós os animais superiores? Eu penso que não, não mesmo. Precisamos de toda uma ideologia e sociedade de leis para emularmos o que é apenas natureza para um gato ou cão. Somos nós quem nascemos quebrados.
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