...e eu sozinho vou lá domar rinocerontes

Há essa necessidade de mudança, ar novo, poluído ou não, a esperança mora na novidade. E ainda que eu não seja mais um jovem entusiasmado com a ideia de me lançar numa jornada de esbórnia e descoberta - afinal, já descobri de mim o suficiente e hoje em dia duas cervejas já me deixam feliz, ainda tenho a necessidade do anonimato, da possibilidade, da opção. Afinal, de interior eu me basto. Sou introspectivo como um buraco negro supermassivo, e talvez ter "eu" demais tenha sido sempre meu maior pecado. Um exagero na equação do qual não posso me corrigir. É um erro necessário, um verso necessário, uma paixão comedida. Nasci tarde demais para tomar um café com Galeano, ter aulas com Bunge ou apertar a mão de García Márquez, esses grandes nomes que me rondam, Assis, Drummond. Mas sou jovem o suficiente para conhecer, para me deslumbrar, para gozar mais vezes do que existe fora. Fora do meu quarto, fora da equação, correndo afoito e rompendo espaços como o rinoceronte que fui e, afinal, preciso ser. É quem me faz feliz, "eu". Obrigado.

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