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Quem dera um mundo de maravilhas
onde o imaginável Ă© cabĂvel de promessa
existindo possibilidade com garantias em
que não padecemos na obrigação apressada
de tempos indiferentes a dor e a dificuldade.
Quem dera um amor leve, não pré-determinado
por planos e sonhos que se adquire em igrejas,
lojas de departamento e novelas globais
um amor livre do peso desnecessário do mundo.
Quem dera uma rotina tranquila, marcada pelo
tédio bom de ver animais na tela ou sentir o cheiro
da chuva e nĂŁo pelo desespero de ter que dar
conta de tudo além daquilo que te diz respeito.
Quem dera o mundo absurdo de Camus
assumido assim, sem o disfarce de ter
que ser outra coisa que nĂŁo o que se Ă©,
o que se sente, o que quer
e com um espaço seguro para desistir
quando já não quiser mais.
Quem dera um mundo sem dor para chegar
e sem dor alguma quando decidir a partida
um mundo de responsáveis e não responsabilizados
em que nĂŁo somos interditados por um estado
que decide nossos destinos com base em deuses e cus.
Quem dera outra coisa que nĂŁo essa, pois essa cansa
e o cansaço é demais para acreditar em felicidade ou
na mera possibilidade de tentar diferente.
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