das categorias não intencionais



Não há crime se não há corpo, vi num filme antigo desses dos anos 80. Ledo engano, já que a maioria dos categorias criminais descritas não envolvem corpos vivos ou mortos, mas ações. Não há crime sem vítima, creio que seja o mais correto, afinal, se alguém não foi vitimado não houve ação. E até onde eu saiba nós ainda não dispomos de uma maneira de punir a intenção - Graças a deus. A intenção é abstrata e banal pois a intenção é humana. Incontáveis vezes quis matar o presidente, quis afogar vizinhos, queimar igrejas ou explodir automóveis que me molharam passando em alta velocidade por uma poça de lama. Isso me torna cruel, violento e criminoso? De maneira alguma, já que nunca fiz nada remotamente próximo das coisas que desejei. Nunca fiz mal a uma mosca sequer. Não fiz vítimas, não deixei corpos estirados por aí e nem fraudei o imposto de renda - Ainda. A verdade é que não se conhece ninguém até que tenha feito alguma coisa. Qualquer coisa que seja. O ato e a ocorrência definem quem somos. Ninguém ficou conhecido por nunca sair do lugar.

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