a arrogância ou o desespero de quem apenas vê


Não sou a mais idealista das pessoas. A bem da verdade, dedico muito mais tempo de vida a meu mundinho próprio e os meus interesses pessoais que aos problemas do mundo, digo, os que não dependem diretamente de mim. Minha posição é em média mal vista, como se eu me fizesse de isento ou indiferente, o que eu não nego, gostaria de ser, mas não consigo, sou crítico demais, e sempre fui muito observador.

Talvez justamente por ser observador que me espanta o quanto as pessoas mais sociáveis, as envolvidas diretamente no processo e na máquina pública, as mais idealistas e partidárias, que fazem do processo político um hábito, a média delas me parece muito mais deslocada, rasa e alheia a sociedade objetivamente do que eu. Elas parecem não fazer ideia do mundo em que vivem, nem simbólico e nem estatisticamente.

E isso é uma comparação nada objetiva, eu sei, é minha impressão, talvez arrogante, mas é uma comparação triste. E triste pois justo eu, que sou minha própria bolha, justo eu me preocupo mais em aprender sobre as coisas do mundo do que quem se prontifica a salvá-lo, quem declara a si mesmo "O Salvador". Eu que não tenho pátria.

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