quando quis que o trem transbordasse, não eu
quem se sufoca enquanto aguarda o trem? e as ruas, qual a pior forma de morrer por elas? pergunto. existe algo mais triste que o ano novo ou qualquer coisa que se diga sobre tristeza carece de um clonazepam? duvido. e lembro que sonhava com uma epopeia diferente para os vinte e seis. talvez flores mais vivas, seios grandes, sorrisos fartos, mas o café ainda me serve muito bem mesmo que não me sobre tantas coisas de menino. e serve bem como nenhuma outra coisa. e eu gosto que ainda sirva. pois eu acho que preciso sumir, ou melhor, eu acho que o pássaro que eu acreditei morto em meu peito agora voa muito distante daqui. de mim. estará respirando? seria o pássaro a covardia? ou eu vivo aguardando um trem nessa estação que nunca vai existir? é como as ruas em que eu ando? eu vivo. só. seja dezembro ou janeiro.

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