carrinho de rolimã. quebrado

essa semana perguntaram como eu me sentia. "diz ai, Josué, como se sente, conta pra gente que eu quero saber". e eu tentei, sabe, ainda que sem muito alarde, tentei dar um resumo bem objetivo de tudo isso que há de ruim na vida. isso tudo que está por ai. ou mau dia. até perceber que na pós-modernidade ninguém entende o que é objetivo, sequer tem direito a tristeza ou viver no mundo real que é concreto. isso é louco. agora a gente vive de narrativa. confunde mito, método empírico e ficção. e foi então que tentei ser simbólico, como aqueles poetas horríveis e atléticos, de sorrisos moles, desses que distribuem poemas ruins de dentro dos seus chapéus panamá. foi quase como se pudesse me identificar. quase feito niilismo, adolescência, lasanha, cu. isso nem fez sentido, e foi então que percebi que não subia - mas também não descia mais. como se algo tivesse emperrado. foi ai que me percebi um carrinho, daqueles de rolimã, só que quebrado. desses que só quem já tentou construir e acabou de fracasso com a cara no chão sabe o quão difícil pode ser. requer talento. é que carrinho quebrado é igual a carrinho mal feito, é filosofia de Deleuze, não anda. nunca. fica parado no mesmo lugar. e eu me sinto assim. agora. urgente. preciso de óleo e um empurrão.

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