de uma felicidade pequena
Nunca terei dinheiro para tomar um café em Paris, nem poderei navegar pelos canais de Veneza ou passear nas muralhas da China. Sou pobre, marrom demais para não ser pessimista. Mas felizmente nasci dotado de inteligência e boa imaginação; seguramente sei mais sobre Paris que grande parte dos seus moradores, sei quando Veneza vai desaparecer e meu fascínio pelos cinco mil anos de história registrada pela China me satisfazem sobre as verdades que confirmam sobre a história do mundo. Não preciso ostentar nada para saber que sei, ainda assim não dispensarei nenhum convite para que possa ver de perto qualquer coisa que me fascine, seja um abraço amigo, um Van Gogh ou o riso besta dos bichos ou dos filhos pequenos de uma amiga. Antes do mundo lá fora existe esse mundo que chamamos consciência e a quem faço questão de alimentar. E ele é feito dos horrores e dos prazeres sobre todas as coisas que já senti e mais ainda sobre as que ainda sentirei. E essa minha consciência é soberana, um tanto soberba, mas também humilde pegando carona nos ombros e olhos de gigantes infinitos, que diante dos tais Deuses são bem menores que essa xícara de café.
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