entre pigarros e obturações eu escrevi nossos nomes numa árvore

Guardei seus dentes feito souvenir, mantive ao lado da cama para lembrar como você sorria. E espero que tenha guardado meus olhos e rins que decidiu arrancar quando foi embora. Ontem desenhei no céu com sangue nossos nomes e clamei em oração por uma outra vida deitados naquela mesma grama dividindo um cigarro e muitas promessas. Hoje não somos gente, não somos coisa, não somos nada. Dois estranhos vagando pelas sombras que as árvores projetam na rua. Agora somos outros e nunca mais nós. 

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