autoversão
Sempre fui coisa com as mesmas dificuldades que toda coisa tem. Nunca me vi em meus músculos, gordura, limo e ossos. E quando olhei para o céu, desde menino, senti como se fosse de fora, sem lar. Não tenho pátria, não tenho sonhos, tenho medo e muita fome. Ganhei tesouros em cada amigo a quem disse "te amo", perdi um pedaço sempre que me disseram que nunca seria nada. É que eu sou nada, quase um fantasma, uma coisa mole e esquisita cheia de abraços para dar. E tão mas tão cansado de tentar ir embora. Um parafuso apertado na morsa.
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