08.09.21 09h49min
A vida é um desafio, ou pelo
menos é como me sinto sobre ela. Não me acostumei a ser um ex-suicida. As vezes
sinto falta daquela ideia de ter uma arma engatilhada na gaveta caso meu
cansaço se tornasse insuportável. Agora o que tenho é uma obrigação pessoal em
tentar melhorar ou, pelo menos, sofrer menos. Não quero ser aceito, até prefiro
que não. Gosto de ser inteiro, com meus defeitos e qualidades escancarados para
qualquer olhar atento. Eu não quero ser outro, quero ser eu com menos dor,
talvez sem dor, quem sabe, um dia, não sei, mas quero, porém se não conseguir
tudo bem, eu já me aceito. Nessa mesa do trabalho tenho feito mais que garantir
minha sobrevivência financeira, eu tenho pensado em tudo, pensado sem parar,
mas na falta de respostas eu improviso, invento, Albert Camus tem sido meu
terapeuta tanto quanto a que me atende uma vez por semana. Eu estou vivo e
viver em média dói tanto que cada pequeno instante de contentamento pede um
brinde, ainda que de café ou guaraná. Sou um homem que é feliz gravando vídeos
fazendo café e inventando musiquinhas infantis sobre objetos inanimados, o seu
sucesso nunca foi para mim, e sequer visto esse número. Eu visto niilismo, monstros
gigantes em tokusatsus e bobajada. Eu visto todos vocês que me amam e todos que
possivelmente ainda vou amar. Tem “eu” demais na minha composição.
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