uma partida só

 

Nunca aprendi a jogar futebol. Fui uma criança franzina, desajeitada e com problemas para respirar. Tentar chutar uma bola ou roubá-la de outro garoto era um suplício, por isso me aposentei antes que tivesse a chance de aprender. Sempre fui a criança dos detalhes, dos padrões, das funções e distinções entre as coisas. Sendo assim, praticar esporte não fazia sentido, já que não tinha graça ou recompensa e era mais divertido ver de fora e entender como todas as coisas se desenrolam ou não. E era mais divertido que vitória ou derrota. E é dessa mesma forma que encaro a ciência, o amor e Deus. Sou bem melhor assistindo de fora, entendendo e observando tudo que se desenrola entre o início, o intervalo e o final. Só que Deus é seu próprio juíz, faz suas próprias regras e ainda pune quem se nega a jogar. Desse jeito prefiro nem brincar. Enfim, nunca aprendi a jogar humanidade.

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