sobrevivendo no computador
Eu moro no computador desde que me entendo por gente. É onde encontro meus amigos para as conversas mais diversas, onde estudo, me entretenho e eventualmente consigo alguns namoricos. O computador, na marcha do tempo, expandiu-se para o smartphone, e ele, ainda mais presente nos nossos cotidianos, expandiu-se para a vida. Não passamos muito tempo na internet, nós somos a internet. E isso é algo que a filosofia da mente referencia, visto que mente é um conceito abstrato que abarca tanto a consciência quanto tudo que é produto dela, inclusive as relações com o ambiente. Suas roupas são sua mente, sua casa é sua mente, então não sendo diferentes, seu smartphone e seu computador também são extensões da sua mente. E convenhamos, quando a vida é cansativa e os assuntos todos medianos ou chatos, fugir para as telas é razoável, uma competição praticamente desfavorável. É melhor falar de música e arte com os amigos nas telas do que falar sobre o casamento de ciclano na mesa de trabalho. E assim a vida vai seguindo e se isso é positivo ou não, no momento, não é preciso medir. O fato é que o "eu" é cada vez mais presente e o prazer cada vez mais importa. Apesar de que, no fim das contas, tristeza e descontentamento também fazem parte da vida. Essa fuga nunca chegou a ser tão fuga assim, somente uma extensão do que temos de fugir ou cremos que temos.

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