2018 / game over
se dependesse de deus para estar vivo, cantaria felicidades a sete palmos do chão. e se dependesse da felicidade para continuar vivo, me jogaria debaixo do ônibus mais próximo. e do amor? ah, esse é um doce iludido, ingrato, nunca nos demos bem. do trabalho? a servidão voluntária. e muito pior seria se estar vivo estivesse condicionado a devoção e ideologia. assim eu não teria nada. nem amigos maravilhosos, nem paciência santa, nem amor pelas coisas da natureza e menos ainda a tolerância, virtude soberana da convivência, dama que evita o "esfaqueio". e não, não, eu não teria nada. esse mesmo nada que se celebra quando o ano muda, uma mera questão numérica transformada em expectativa vazia. o mesmo vazio que me consome, a mesma vontade de partir, o mesmo sentimento de não pertencer a nada. que seja. feliz ano novo, mas eu continuo assim.
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