meu universo em desencanto

queria ser a pedra que a vida exige de mim, mas as vezes não me resta mais que angústia, uma sensação de vazio, derrota, perigo iminente, essa herança maldita de berilo, um fardo ingrato de outros tempos. sinto falta da terapia, de montes claros, dos amigos, das mentiras e desapontamentos do amor, de querer ler para me sentir mais inteligente e não somente para fugir dos pensamentos, de querer ser melhor e não apenas diferente, de me sentir pertencente a algo ou um lugar e não ter somente distração. a vida continua seguindo, mas é verdade que as cicatrizes, ainda que fechadas, vez ou outra começam a arder e que não se pode fugir do abismo de mim. o que eu posso é jogar as oferendas, drummond, venvanse, harari, deerhunter e sertralina, trazodona para dormir e esse tempo que nunca sara. eu não me sinto alguém.

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