colheita dos verso de si e também outras coisas
Ontem choveu e chuva me faz bem.
É estranho, mas me sinto uma criança deslumbrada e curiosa presa no corpo de um adulto diletante. Me impressiono fácil, me apaixono idem - e ainda que eu seja duro, sorrisos e xícaras de café hão de me amolecer. Gosto de olhar para o mato, para o céu, para as coisas. Chamo esse mundo de "eu" e é onde gosto de morar, principalmente quando os afetos me visitam. E esses dias andei espreitando os pássaros, sozinho, enquanto comia um bolo de milho qualquer, enfim.
Os olhos de coruja me encantam, trazem um símbolo poderoso de sinceridade, afeição. Corujas pertencem à noite, mas também são lindas durante o dia. E assim é a vida que eu gostaria para mim, não pertencer a uma coisa só. É curioso, mas eu nunca fui desejoso das coisas grandes, dos marcos históricos - constatei-me um nada muito cedo e a sensação foi maravilhosa, de descoberta e aceitação. Se dominei o absurdo de Camus, não sei, provavelmente não, mas eu domei as definições de amor e compreendi bem o lugar do meu coração simbólico. Meu lugar no mundo, "eu", como dito anteriormente. Tanto que as vezes até pareço Jung, ainda que em síntese esteja mais para Schopenhauer - um Arthur que observa nuvens e estrelas, insetos e pássaros, lançamentos de foguetes. E talvez a predileção por pinguins e corujas seja só mais um hiperfoco, mas assim como eles caçam, a vida também exige algo de caçador.
Ainda que eu só colete frutas.

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