breviário de homem-árvore

Eu sempre tive pouco, então sempre me contentei com pouco. Me acostumei com a repetição, com o gosto pelo mesmo café de todo dia, o mesmo céu, as mesmas conversas. Homem-árvore que não sai do chão, eu não sei fetichizar a vida. Não sou sério o suficiente para a megalomania, e quanto mais os anos passam vai ficando mais claro o que posso ou não tentar. O que também é pouco. Mas de tão pouco eu cresci simples, e vou me tornando cada vez mais. Dizem. Por isso que sozinho sempre indago, que se isso é sabedoria eu não sei, mas não tenho essa pretensão. Ser sábio, grande, o mais relevante, gajo fiche, mas que admirável ser humano vestido de boneco de palha chique. O mais divertido é que é curioso e gostoso me contentar com uma casinha tão pequena, enquanto tantos outros morrem infelizes por desejarem um arranha-céu. Eu tenho mesmo uma casinha de abraço, no meu abraço. A vista daqui debaixo também pode ser promissora.

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