casa nova em terra velha / a vida que eu reboquei em lágrima
a mesma terra, a mesma árvore, o mesmo velho, decrépito, e a cara de espanto em quem antes zombava. o novo teto, o quintal que é o mesmo, a cachorra latindo e uma velha que reclama. tudo muda, ainda assim tudo é a mesma coisa. a casa velha foi reformada, algumas peles foram esticadas e a moça bonita embarangou. o rapaz forte? mais gordo que eu. é que o tempo é cruel com tudo, mas o tempo doido decidiu ser meu amigo e na medida em que morro em corpo, brota riso até da decadência. no fim das contas, eu quem estou diferente e esse diferente é bom. é de mãos com poucos calos mas muita jornada, é de insistência e mérito, mas pés rachados. hoje eu sou casa velha cheia de bichos. ainda brinco que nem menino, só que hoje eu não estou só.

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