afetos infantilizados
por um bom tempo eu quis meu próprio país, minha morena do lado, meus livros preferidos e até meu próprio pé de café. queria toda liberdade que eu inventasse possível, também queria cachorro, acordar cedo, tomar banho de lagoa e escrever poesia toda vez que a visse sem roupa. ah, mulher, que outro bicho rouba coração? acho que isso nem gato, gente fria, cão de rua, muito menos dinossauro. verdade boa é que eu queria demais e acabei com quase nada, que eu queria solidão e cai no meio desses braços que vieram me abraçar. diz mamãe que amor é coisa que muda de dentro pra fora, e de fora pra dentro quem me mudou foi sonho meu, ainda que sonho nem tenha forma.

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