confissão

hoje choveu quinze minutos. ouvi o barulho na janela, pulei fora do auditório e da palestra e fui molhar meus dedinhos dos pés numa água fria que fez mais olhos brilharem mais do que os de criança. coisa besta mesmo, fútil, pouco importante. mas todas as coisas que importam não são quase sempre assim? o café quente da vó, o pavê da mãe, o abraço da irmã que já é quase maior que eu, a saudade dos amigos antigos, o amor pelos atuais, o abraço dos amigos, a parte útil da psicologia, um trecho rabiscado de drummond, o céu mais azulzinho que montes claros já teve. todas as minhas coisas grandes são também pueris. o simples é tudo que fica, ainda que o tempo passe cruel. e também é tudo que sobra quando todos já nos tornamos pó. e e talvez eu também seja, pó e pueril, ou nada mais que um idiota com boas referências. e fico feliz que seja assim. principalmente quando é.

Comentários

Postagens mais visitadas