uma gosma cafeínada / um tempero de propósito
O destino não é inteligível, ninguém sabe para onde a água vai depois da curva que foge aos olhos. Os santos monopolizam as ações demoníacas e a nós, vítimas e mortais, resta essa compensação momentânea na forma de prazer. É preciso dançar sem acreditar que antes seja preciso fazer aulas. É preciso tocar suas músicas antes que um produtor e uma gravadora lhe abençoem com o público. É preciso deixar que os cães ladram e os gatos miem seu amor sangrento pela madrugada. É preciso escrever pela palavra e não pela capa assinada por um grande editor. Isso é viver e isso é cru. A felicidade não é inteligível, sequer tangível, mas as vezes é tudo que sobra quando o remédio não faz efeito ou o café tem mais açúcar que pó. Não temos muito além da possibilidade de ser e é geralmente o que a vida e o mundo dos outros nos força abrir mão. Mas eu não quero e não vou e por isso escolho sofrer ser do que sorrir não sendo. O caos é isso, a sopa nem sempre esfria antes da primeira garfada, o pão seco amolece no leite e na manteiga, essa razão só pertence ao nada. Meu caos fofo.
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