um homem que cai

 


Não havia ninguém no berço quando Lúcifer caiu dos céus. E quando se viu sozinho em seu quarto escuro pessoal. acabou denominado senhor do inferno, ainda que por maioria dos votos, seguindo assim incapaz de ganhar dinheiro. Não sei se é o fardo de ser feio que nos faz desastrados, ou talvez seja o mito bíblico que nos impõem essa condição. Vivo derrubando as coisas. Ninguém gosta dos esquisitos, os esquisitos não gostam de si mesmos. As pessoas mantém aquele riso de canto de boca e o olhar desconfiado. Eu nunca me senti um bom filho e eu nunca me senti capaz. Até sei fazer algumas coisas, mas quase sempre me perco entre os resultados. Gosto de manter esses versos para não enlouquecer e gosto de lembrar os amigos quando a lua no céu está bonita. Eu não escolhi o inferno e nem escolhi ser diabo, mas no fim das contas alguém escolhe? Tudo é por vontade de uma maioria, até a definição de tristeza ou felicidade. Até quem vai pagar o disco mais bonito da sua banda favorita. Sozinho não se faz nada. A boca é minha mas os lábios são seus. Vai ser sempre assim. Catar conchas na praia é o que resta aos que não dispõem de boa sorte. Mesmo com muitas, seguem não valendo nada. Mas aquele céu bonito vale, ainda que não dê para comprar.

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