pasticho

 

não vou conseguir por um sorriso no rosto por pura pressão social. nem existe alguém invisível flutuando no céu zelando por nossas vidas e concedendo graças, glórias, provações e lições de livros de autoajuda. nunca se tratou de vontade e fé, se fosse isso, teria rios de ouro corrento em minhas veias ao invés de sangue. nunca quis ser homem, nem deus, nem crente. sempre quis ser coisa e sempre vivi feito coisa. sou eu e minha circunstância, somos nós e inúmeras circunstâncias muito raramente manejáveis e propositais. a gente tem o que pode, pega o pote na prateleite em que alcança e nem sempre tem escada disponível. a gente limpa esse sangue no chão e segue cortando as batatas. o resto é grito e oração, o resto é poema e displicência. todo sorriso é meramente acidental.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas