o fardo de ser e a insistência em pedir permissão

Um problema do mundo é que pouca gente é indivíduo, a maioria das pessoas abrem mão dessa responsabilidade antes mesmo que possam tomar conhecimento dela. Crescem todas desnorteadas, procurando identidades coletivas e ideologias morais para abraçarem acriticamente. Há muito mais pastores evangélicos, gurus de seitas místicas new age, ativistas políticos de redes sociais e influenciadores digitais tomando sozinhos as decisões para as vidas de milhões do que pessoas realmente empenhadas em assumir o ônus e o bônus de terem escolhas próprias, baseadas nas próximas experiências, sejam elas intelectuais, de vida ou mesmo banais. Quase niguém escolhe com plena consciência de buscar o melhor para si próprio; a maioria escolhe para simplesmente ser aceito por uma multidão de estranhos que nunca viu na vida. Trocaram o Deus pelo pertencimento a um grupo, o mesmo pertencimento frágil e abstrato que tornou necessária a criação de um Deus (ou muitos mais!). A humanidade teima em voltar ao início mesmo quando certos problemas já foram resolvidos, as dúvidas respondidas e pilares mais sólidos erguidos. Somos viciados em não aprender nada com os mesmos velhos erros de sempre. Essa fé incapaz de realizar cirurgias cardíacas. 

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