noite com uma pata a menos
Cinco e trinta da manhã, acordei com um gosto estranho na boca, pensei que fosse sangue mas não era nada. Talvez alucinação sensorial, sei lá. Olhei para a janela e vi um céu alaranjado entre as folhas de palmeiras e goiabeiras que enfeitam o entorno do hospital. Sonhei que caia da cama e partia a perna em três partes, mas não acordei assustado. Nem fiquei assustado pod quebrar uma parte só. Talvez seja o remédio, talvez tenha amadurecido e só aceitado a finitude e fragilidade dos corpos humanos. Meu objetivo é não sentir nada, ou o mínimo possível só para viver em paz.
Comentários
Postar um comentário