26.ago.20



Sempre fui um móvel da casa, algo colocado no canto sem muita pretensão. Quando criança ainda me mexia, mas agora, homem feito, me vejo cada dia mais paralisado, e a minha pele até junta poeira. Minha memória me trai ou me pune, meus amigos tentam me manter em ordem, as formigas me usam de lar e os cupins me comem. Eu já nem sinto dor.

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