sextas-feiras tristes
Lancei-me em direção a vida sem arma alguma. Contei moedas e passos antes mesmo que pudesse escolher o que fazer. Dancei sozinho e de um jeito torto pois assim ninguém me via. Aprendi a fazer o meu café e o meu feijão. Aceitei ajuda, discuti meu CID e até fiz juras de amor. Sempre eu. Quase sempre um cachorro do lado, na infância eram os gatos, então sempre tive com quem andar por aí. E gosto de andar sem direção. E mesmo que o mundo tenha todos esses conselhos, dicas e promessas que cobram e depositam sobre a gente, e todas essas pessoas cheias de palavras, julgamentos e vontades. E que o mundo tenha essas tragédias que seriam bem menos tragédias se a ignorância não fosse a regra e a burrice não fosse a religião. Mesmo com tudo isso, ainda que pequeno eu venci. Ainda que alguma coisa, venci. Lancei-me em direção a vida sem felicidade alguma. Contei mentiras e verdades antes mesmo que pudesse me defender. E agora, a beira dos 30 eu já nem me recordo se algum dia caminhei por aí sem a depressão. Mas caminhei, eu sempre tenho com quem caminhar. Ainda que sozinho eu tenho com quem caminhar. E as vezes sozinho é a melhor e maior das companhias.

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