inapto

Maria não gostava de ser tocada, não olhava nos olhos e nem sabia dizer sim ou não. Maria era mais íntima dos livros, dos brinquedos, dos eletrônicos e dos cachorros da rua. Todos eram mais simples, lógicos, verdadeiros. As pessoas eram difíceis de ler e achavam Maria estranha, riam dos seus modos, hábitos, dúvidas, tiques nervosos e puniam sua timidez com os encontros forçados mais desengonçados do mundo. Maria não gostava de gente, mas na falta de referência adequada, se esforçava para agradar mesmo quando sofria por tentar ser outro tipo de coisa que não a si mesma. Maria era triste, mas o céu era bonito, o rabo dos cachorros eram alegres e desmontar as coisas era aprender sobre o mundo. Era de um lado um fardo, do outro dois, mas por dentro era a vontade de saber e todas as coisas que gostava independiam das pessoas e do que elas achavam disso. Maria sabia saber, as pessoas em média só querem acreditar. Maria estava ocupado sendo a única coisa que pode. E Maria sabe, ela sabe. Ela aprendeu sozinha.

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