afeto infantilizado I
O amor não é uma obrigação, uma alface que se colhe na horta, pica bem fininha e serve com tomates. Não é simples assim, não se encontra ali e pensa, "está maduro, vou colher", não vem dentro de um livro que um estranho perdeu na feira e nem na prece religiosa. Se vem ao acaso? Talvez, mas eu prefiro pensar que é processual, lento, fruto de detalhes que as vezes passam batido a própria cognição. Detalhes no rosto, no riso, aquela bolacha dividida no café da tarde, café com amigos, os raros momentos de bom humor legítimo. Amor faz parte, toda forma e lugar de amor fazem parte, e se justificam pela contingência, pela circunstância de uma esbarrada na faculdade ou umas perguntas bobas numa extinta rede social. O amor é processual, o amor é uma descoberta.
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