deus e o diabo também coam seu próprio café?

Diogenes sentado en su tinaja. Jean-Léon Gérôme (1860).
Vencer na vida? Não sei, eu sou meio bucólico, então é o equilíbrio entre conforto e uma consciência limpa, mas também saber abrir mão. Não quero muitas posses, pois sei que posses exigem muito tempo de administração e não me concentro o suficiente. Eu quero o tempo de ter uma horta, alguns bichos, um jardim que me obrigue a cuida-lo, e também poder sempre coar o meu próprio café. Meus ombros são pesados demais para salvar o mundo, e minha consciência, ah, ela me impede de ser como a parcela de jovens a esquerda, cujo objetivo final parece gozar do esforço dos próprios pais e não mais que isso; e sou egoísta demais para admitir o que parcela dos jovens a direita tem como felicidade, que é manter uma vida cujo fim é uma estética da moralidade, onde agradar os pais e a sociedade importa mais que ser coerente com os próprios desejos, sentimentos, ambições. Ao mesmo tempo, sou ansioso demais para um caminho do meio, de disciplina ZanZen. Sendo assim, tendo isso em mente, quem sabe reclamo menos da vida e escuto mais Led Zeppelin? Reclamo menos de mim e posso melhorar as coisas que tenho e/ou posso construir? Talvez. E é aqui que o bem e o mal que habitam em mim fazem as pazes, ou dialogam em prol. E penso que seja o maior valor que consigo almejar; algum tempo para se fazer qualquer coisa em detrimento de tempo algum para se fazer tudo. Um equilíbrio. O engraçado é que muitos pensem que eu queria ser o Carl Sagan quando a verdade é que já nasci Diógenes. Jogar maçãs aos porcos também é um gesto de altruísmo.

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