o meu amor salgou o almoço, e de tanta lágrima, até encheu a panela que cozinha o arroz. e meu amor, coitado, não sabe pegar trem. não tem coque no cabelo, cara bonita de embuste pós-modernista ou chapéu panamá, nem foi chamado de baudelaire, por causa de redação no ensino médio. é amor questionado. de onde vem? pra onde vai? é amor vagabundo, apanhando de cacete da polícia, e estudando fernando pessoa para se sentir melhor na vida. seria esse amor assassino? que nada, não mata nem mosca, mas a si mesmo há de trucidar. pois também não é amor de folhetim em ipanema, carlos drummond de andrade, mesa de bar alternativo, paulo leminski, disco do los hermanos. é amor sujo de disco do brujeria, mas que também chora tanto quanto disco do elliott smith, aquele mesmo que salgou a minha vida.
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