mas o pálido ponto continua azul?

afinal, quem somos nós? moléculas nadando na aleatoriedade do universo? poeira estelar? genes herdados por um processo infinito e não orientado? produtos de nossas consciências? perguntas necessárias, perguntas frequentes. 
mas e se algum evento físico rearranjasse todas os nossos átomos, continuaríamos sendo quem somos? teríamos a mesma personalidade, continuaríamos com a mesma história? e se transferíssimos nossa consciência para outra corpo, continuaríamos a mesma pessoa? talvez sim, provavelmente não. mas onde entram o tão exaltado amor e a tão obsecada felicidade ao longo desse processo? quem é o deus responsável por esse destino? há um destino? não seríamos nós mesmos a escrever em linhas tortas ? é provável. 
o que me parece é que somos acidentais, aleatórios, insignificantes. os melhores e também piores seres que surgiram nesse universo de proporções desconhecidas. e talvez por isso o medo tenda a ser tão maior que a esperança. talvez por isso tantas respostas ruins, tantas guerras por poderes sobre dimensões insignificantes de terra, ou tanta indiferença aos problemas reais que insistimos em ignorar. 
ninguém quer assumir que nossa existência não é sequer notada pela presença dos grandes astros, e que muito provavelmente, na contramão dos nosso egos, a vida humana não tenha propósito algum, sequer o escolhemos viver de forma consciente. para muitos é doloros aceitar que todos os humanos, ainda que em bilhões, estamos completamente sós, e somos conscientes disso. um privilégio que os pássaros, peixes e mamíferos jamais haverão de ter. 
otimismo ou pessimismo não passam de pontos de vista, de interpretações de ideias, e a realidade não depende de nenhuma delas, somente da  ação. somos os únicos seres capazes de tornar a vida melhor para todos os outros, ou na pior das hipóteses, de destruir toda ela.

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