ex-samurai (ou água quente)
Ouço os monstros que lutam do lado de fora, o som das casas de papel se despedaçando e as pessoas gritando desesperadas. Me importa mais o café. Uma hora os monstros vão embora, as casas são reconstruídas e os robôs gigantes são postos em vigília para o próximo ataque. A minha vida não para, não há quem me proteja. Subo o riacho todas as manhãs e volto pela mesma trilha todas as tardes, sozinho. Empenhei a espada e vendi sua bainha, gastei os trocados com livros, alguns nem vou ler. Não sou esperado por ninguém além de um cão e também já não sirvo a nenhum senhor. Talvez esteja muito gordo e um pouco velho, ou tenha me tornado um homem triste. Não importa. Sei que agora sirvo à minha circunstância e o suspiro entre uma xícara e outra chamo de contentamento.
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