afoito

Cansado de viver, pintei um quadro com cores mortas e deixei que os insetos decorassem no ritmo do tempo. Passei um café enquanto assistia como observador passivo o pulsar indiferente das horas. Fui palhaço e fui melancólico, infrahumano, rato de duas patas, gentil,  mas triste. Comi o doce que o diabo escarrou, escrevi a tristeza mais linda que um Cristo opaco me permitiu ter e agora sou gente perdida, matrioska de carne, uma coisa torta como num conto que misture Junji Ito e Dostoievski. Um cão humano abanando o rabo mas com os olhos sempre tristes.

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