...e quanto custa o entardecer?


Quem dera a vida simples custasse tão pouco quanto as fotos com filtros no instagram. Quem dera a vida minimalista não dependesse de apartamentos-conceito de trezentos e cinquenta mil reais. Nunca custou tão caro ser simples. O mínimo nunca foi tão comercializado. A gratidão, a paz, o amor, a meditação, o abraço, a poesia, todos produtos baratos vendidos em farmácias homeopáticas para universitários brancos de classe média alta. Há tempos que a revolução popular é tão somente um nicho de mercado. Marx, Lenin, Trotskey, marcas estampando camisetas caras. Nike e Adidas dos novos tempos. O simples se tornou caro, o mínimo é inalcansável, e os brancos universitários são tão enfadonhos que andam me fazendo desgostar de café. O mundo é grande, a futilidade é maior ainda. Mas eu não sou o mundo e prefiro não ser tão fútil ainda. No fim do dia, afinal, o céu é lindo e o sol sempre se põem. Hoje, vermelho.

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